O noticiário do futebol brasileiro recebeu uma avalanche de informações sobre a eterna dança das cadeiras entre os técnicos.
Num só dia dois comandantes deram adeus a seus clubes por diferentes razões.
Eduardo Coudet se viu seduzido pelo mercado europeu, entendendo que mais vale assumir o Celta de Vigo na parte de baixo da classificação do Espanhol a continuar aqui no Brasil recebendo mais e treinando o Internacional, atual líder do Brasileirão.
Por outro lado, Domènec Torrent conheceu a cruel realidade do futebol nacional, onde o que vale é o resultado. Foram apenas seis derrotas, mas quatro delas vieram em forma de goleada.
Sua aventura no Brasil durou pouco mais de 90 dias, e agora o espanhol se vê fora da equipe multicampeã do ano passado.
Com o posto livre no comando do clube mais badalado do momento, o Flamengo agiu rápido e confirmou no dia seguinte a contratação de Rogério Ceni.
Ceni é um dos nomes em alta no mercado brasileiro e fazia um trabalho sólido e confortável no Fortaleza.
Fortaleza, clube que ele abandonou na metade do ano passado para se aventurar dirigir o grande e caótico Cruzeiro, naquela que ele via como grande oportunidade na carreira.
Seu tempo na Toca da Raposa foi curto. Falta de bons resultados e atrito com jogadores minaram seu trabalho e Rogério foi demitido do Cruzeiro pouco mais de mês após ter pedido demissão do Fortaleza.
Arrependido (?), voltou a comandar o Leão no mesmo campeonato, tendo dessa vez prometido cumprir seu vínculo até o fim.
No entanto, mais uma vez seduzido por um clube de “grife”, Rogério torna a abandonar no meio de um campeonato o clube que permitiu o seu retorno, para buscar um atalho em sua carreira como técnico.
Buscar um salário maior em um clube maior é algo normal e compreensível. No entanto, deve-se questionar o quanto vale a palavra, a ética e o compromisso de uma pessoa.
Rogério gosta de usar em seus discursos a falta de paciência e projetos a longo prazo nos clubes brasileiros. Porém, ao abandonar o seu posto pela segunda vez em uma equipe onde era respeitado, o “Mito” cai em contradição, e pode pagar um alto preço por sua ambição.