O Brasil merece estar na lamentável situação dos dias atuais.
A moralidade questionável que vemos nos planos da política e economia de nosso país parece que chegado aos campos de futebol.
Sim, o futebol – aquele que sempre serviu como distração e diversão do povo.
Por muito tempo pairou sobre esse esporte a mística das polêmicas e das injustiças que as partidas produziam.
Durante décadas, diversas foram as reclamações, choros e reivindicações por melhoras no jogo. A principal delas, a grande vilã de times e torcedores era a arbitragem.
Inúmeros foram os erros cometidos em lances capitais de grandes jogos e decisões.
Campeões foram alterados, rebaixados acabaram salvos e lamentos foram injustamente provocados.
Nesse caótico cenário que em se vivia o esporte desde seus primórdios, mudanças clamavam para acontecer.
Assim, depois de muita luta e resistência, o futebol permitiu que a tecnologia fosse utilizada em prol da justiça no esporte.
Dentre as últimas implantadas no futebol brasileiro, o VAR chegou para tentar amenizar os inúmeros equívocos cometidos pela arbitragem.
No entanto, como já mostrado em outros aspectos e momentos, o país reluta em aderir a ferramentas de progresso e evolução, quase sempre estragando aquilo que chegou para ajudar.
O universo do futebol brasileiro, infelizmente, também sofre desse mal.
Acompanhando os comentários de jornalistas e comentaristas brasileiros após o apito final do jogo entre Manchester City e Tottenham, onde o gol ilegal do City foi anulado tudo ficou claro: Para alguns, a justiça no esporte não deve ser aplicada em todos os momentos.
É inadmissível você não aplicar aquilo que é certo só para que uma partida seja mais emocionante ou para que o roteiro de um filme se concretize.
Desejar que seja validado um gol irregular só para que uma equipe seja protagonista de uma heroica classificação é raso e irracional.
Querer desclassificar uma equipe de forma injusta e equivocada em razão do espetáculo mostra o porquê do jornalismo esportivo brasileiro se encontrar nesse lamentável patamar.
As polêmicas em torno de arbitragem não vão terminar por conta do VAR. O que precisa acabar é esse jornalismo romântico pautado no antigo futebol, que preza pela polêmica a qualquer custo – mesmo quando hoje, em alguns aspectos, não se permita mais tal polêmica.